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Música e Dor

Todo mundo tem uma canção favorita. E tem um momento favorito para ouvir música. Mesmo que intuitivamente, desde pequenos sabemos o poder que um momento para ouvir música pode ter…

A música aflora muito do nosso interior, do nosso inconsciente, das nossas memórias e afetos. É capaz de nos teletransportar para um outro momento e um outro local, uma vez que ao ser identificada por nosso sistema auditivo, ativa conexões diversas pelo sistema nervoso central (SNC). É possível inclusive, que se tenha reações a partir do sentimento explorado: choro, riso, angústia, medo. Surgem, até mesmo, fenômenos sensitivos como o famoso arrepio, gerado pela ereção do pêlos da pele.

A verdade é que, as sensações geradas pelas notas musicais são tão poderosas, que podem ajudar no controle da dor.

Sabemos que a dor é resultado de uma agressão externa após ser interpretada pelo nosso corpo. Isso explica porque cada um sente dor de um jeito. Isso explica também, porque voce deve ouvir música quando sente dor: o estímulo doloroso vai continuar lá; mas pode ser que seu corpo consiga, de certa maneira, atenuar o modo como isso é percebido, E SENTIDO, por você!!

A audição é um sentido primitivo, fundamental, que serve para nos proteger. Por isso, os estímulos vindos dessa via tem correlação íntima com áreas cerebrais primordiais, que também servem para nos proteger. Você se lembra de que, numa situação normal, a dor também é um instinto de defesa, certo?

Pois bem, imagine agora que o estímulo doloroso chega ao nosso SNC, ao mesmo tempo que um estímulo auditivo prazeroso. Por mais que você pense o contrário, nosso organismo tende a favorecer aquilo que nos agrada, e não o que nos prejudica. Pense em como é mais fácil lembrar de uma memória boa…

De forma técnica, esse fenômeno de mudança no resultado de um estímulo ruim, é conhecido como modulação. Isso acontece por meio de liberação de substancias químicas, que não só modificam a interpretação do que é tido como ruim, como também intensificam a percepção daquilo que é bom! A liberação de alguns neurotransmissores ativa sistemas de recompensa endógenos (próprios do corpo), semelhantes à substancias geradoras de prazer exógenas, como os opióides por exemplo. Você sabia disso?

Nós temos um sistema próprio de recompensa e prazer que também é ativado quando ouvimos música, uma vez que ela nos remete a momentos de relaxamento e alegria. A presença da musicalidade é benéfica não só para dor aguda, como também para os portadores de dor crônica, uma vez que é capaz de modular todo o sistema de interpretação e induzir também a liberação de hormonios de prazer, deficitários em grande parte dessa população.

Se puder praticar algum instrumento, melhor ainda! Você estará desenvolvendo seu cérebro ao mesmo tempo que cuida da sua dor!

E ai? Já escolheu a trilha sonora do dia?

Comente aqui qual sua música e momento favorito.

 

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Marcella de Cunto Romero Tabacow - Doctoralia.com.br